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Valeu, Lou Ottens

Escrito por em 16/03/2021

Você não vai lembrar desse nome. Ele nunca cantou nem tocou um instrumento, mas sem sua contribuição a música não teria ido tão longe. Uma homenagem a Lou Ottens, o inventor da fita cassete.

 

Na minha cabeça funciona assim: smartphone (com caixinha bluetooh ou fone sem fio) > celular com mp3 > tocadores de mp3 > CD player > toca-fitas > vitrola > gramofone.

Nessa árvore genealógica dos equipamentos de tocar música, o toca fitas tem um lugar especial no meu coração de adolescente dos anos 80. Por um motivo bem simples: a fita virgem. Se você é muito jovem e não passou por essa fase, lembra da Awesome Mix do Peter Quill em Guardiões da Galáxia e vem comigo.

Gravar uma fita era uma das ocupações mais legais da época. Com fitas de 60 ou 90 minutos, você tinha que calcular certinho o tempo das músicas e pensar qual ia em cada lado da fita, além é claro de pensar em qual seria o tema da sua mixtape. (pode chamar de playlist se quiser)

A matéria prima podia vir do vinil de um amigo, de outras fitas ou do rádio. Essa última requeria nervos de aço e agilidade pra pausar a gravação antes do locutor anunciar o nome da música e atrapalhar tudo. As rádios até tinham programas especiais pra gravações caseiras e tem locutor antigo aqui da Supernova que conta como adorava zoar com ouvintes amigos nessas horas.

Depois da gravação era hora de decorar a caixinha da fita, dar um nome pra seleção, escrever o nome das músicas e quem sabe dar de presente pra alguém especial. Sim, mixtapes eram uma arma de sedução poderosa entre jovens da época.

E nada disso seria possível sem Lou Ottens, um engenheiro holandês nascido em 1926. Ottens, que começou a trabalhar na Philips em 1952, foi o inventor da fita cassete e ainda participou do desenvolvimento da tecnologia do CD, anos depois.

Lou Ottens morreu no início de março, aos 94 anos, em sua cidade natal, Duizel.

Uma estimativa aponta que 100 bilhões de fitas foram vendidas até hoje. Lou Ottens e toda a equipe que trabalhou nesse projeto merecem 100 bilhões de obrigados.


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